terça-feira, 9 de julho de 2013

Barrar o avanço da direita

Barrar o avanço da direita

A pauta da classe trabalhadora representada pelas centrais sindicais (CUT e demais centrais), partidos de esquerda e MST prevê o avanço das reformas estruturais para mudar o Brasil em benefício do povo (como a reforma agrária, reforma e verbas para a saúde, transportes públicos de qualidade, reforma política,etc) enquanto a direita se manifesta nas ruas com temas conservadores, difusos e sem propostas para solucioná-los  como  combate à corrupção, carga tributária e redução da maioridade penal. A grande mídia apoia os temas da direita. É preciso unir as forças de esquerda para neutralizar as forças reacionárias e evitar que elas monopolizem as manifestações. leiam a matéria do Jornal Brasil de Fato

Trabalhadores organizados nas ruas podem fortalecer pautas populares
08/07/2013
 
Patrícia Benvenuti,
da Redação
 
Pautadas na questão do transporte público e no aumento das tarifas, as manifestações pelo país durante o mês de junho cresceram dia a dia. No decorrer do tempo, porém, o tom progressista dos protestos começou a dividir espaço com temas mais conservadores como combate à corrupção, carga tributária e até redução da maioridade penal.
A mudança vem preocupando organizações populares, que apontam uma “direitização” das mobilizações, com apoio explícito da mídia corporativa. Para muitos analistas e integrantes de movimentos sociais, o momento é de unir as forças de esquerda para neutralizar as forças reacionárias que tentam monopolizar as manifestações.
Nesse sentido, para fortalecer a pauta da classe trabalhadora, centrais sindicais e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) promoverão, em 11 de julho, um dia nacional de lutas, com atos e paralisações. Segundo o secretário nacional de Finanças da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Quintino Severo, o objetivo é dar visibilidade à luta e às demandas dos trabalhadores.
“Temos feito muitas mobilizações, mas estamos sempre sendo ignorados pelos grandes meios de comunicação e pelo setor conservador do país. Queremos demonstrar que nossa pauta atende ao anseio da sociedade”, explica.
Para o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Wagner Gomes, o que garantiu força aos protestos iniciados pelo Movimento passe Livre (MPL) em diversas capitais foi uma demanda real da população, que é o alto preço e a má qualidade do transporte público. “A convocação pela internet, por meio do Facebook, só teve resultado por ser uma questão verdadeira e sentida pelo povo”, garante.
O momento agora, segundo Gomes, é de avançar e ampliar a quantidade de temas que estão em debate nas ruas. “Quanto mais mobilização sobre assuntos diferentes, mais os trabalhadores vão conquistar”, assegura.
 
Intensificação
Para o membro da coordenação da CSP-Conlutas, José Maria de Almeida, a participação da classe trabalhadora nos protestos deverá intensificar a luta por melhorias de vida para a população. “Na medida em que se começa a parar as fábricas, os bancos, as escolas e as usinas se fortalece a luta. Isso dá um sentido de classe a essas mobilizações”, ressalta. O sindicalista acredita ainda que a presença dos trabalhadores nas ruas é a maneira mais eficaz de se combater os setores conservadores que não só aderiram aos protestos como assumiram uma postura de hostilidade contra militantes de esquerda.
Em São Paulo, grupos neonazistas agrediram integrantes de partidos políticos e entidades sociais e sindicais durante um ato contra o aumento das tarifas em 20 de junho. Já no Rio de Janeiro, de acordo com Almeida, militantes do PSTU foram atacados por membros de milícias.
As investidas contra as organizações populares, para ele, evidenciam uma tentativa de retirar os trabalhadores das mobilizações. “Eles [direita] não podem aceitar que as organizações da classe trabalhadora assumam a direção e a cabeça desse processo porque, se isso ocorrer, quem vai estar em perigo são os privilégios da burguesia”, afirma.
A rejeição a partidos e entidades de trabalhadores também é criticada pelo secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna. Para ele, as agressões foram incentivadas pelos veículos da imprensa comercial, que também têm interesse em atacar as organizações.
“Todo mundo sabe que instituições estudantis, sindicais, de trabalhadores e partidos políticos são imprescindíveis a uma sociedade democrática. Esse tipo de manifestação foi incentivada no sentido de derrubar as instituições que existem”, analisa.
Para Quintino Severo, da CUT, a tendência é de que haja mais unidade da esquerda, a fim de evitar o fortalecimento da direita e o retrocesso nas políticas já conquistadas. “É natural que, em um momento em que o Brasil corre risco de retrocesso, tenhamos muito mais capacidade de unificação para preservar as conquistas que tivemos até agora”, avalia.

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