segunda-feira, 1 de julho de 2013

A PEC37, A Constituinte, o Plebiscito, o Controle Remoto e os sinais

SinaisA PEC 37, em resumo, alterava , ou melhor, realinhava o poder de investigação de determinados crimes entre a Polícia Federal e o Ministério Público. Nem o Ministério Público e nem a Polícia Federal investigam os indivíduos da classe média e nem os da classe trabalhadora em geral. Quem investiga o povão é a Polícia Civil e a Polícia Militar cabe baixar o cacete na turba quando esta se altera. Então, como é que a PC37 vira a grande palavra de ordem da classe média que saiu as ruas pra reclamar de tudo? A mídia vendeu a ideia de que a PEC37 teria algo a ver com a corrupção. A mesma mídia que ovacionou Alckmin quando este mandou sua polícia estadual baixar o cacete no povo de São Paulo, que até então protestava pela redução dos preços dos ônibus, e só. O que deflagrou a grande solidariedade popular foi o ataque virulento da polícia de São Paulo contra jovens que se manifestavam contra o preço das passagens, lembram? Pois é. Nem tu, que és de esquerda lembravas né? A força da mídia é evidente. A mídia trocou de lado em questão de dois dias e passou a apoiar o que ela agora chamava de “movimento democrático das ruas, fazendo sempre questão de salientar que a baderna e o quebra quebra eram ação de vândalos e que o movimento contra tudo era “democrático”. Não se furtou no entanto de transmitir ao Brasil e ao mundo, em tempo real, os ataques dos mesmos vândalos, desgastando a imagem do Brasil no mundo, o que ainda nos trará consequências negativas na economia. Aprovada a tal PEC 37, e finalmente as ruas sendo tomadas por palavras de ordem mais claras, como mais dinheiro para a educação, mais dinheiro para a saúde, contra a corrupção e…contra a própria mídia, somem os refletores e transmissões em tempo real e desaparecem as imagens que agora já contam com a bandeiras dos movimentos organizados e dos partidos de esquerda. A pouco mesmo, em pleno sábado, mais de 500 pessoas protestavam em frente a Rede Globo em Brasília. Os Manifestantes querem a Regulação dos Meios de Comunicação. Expressam de forma racional o que de forma irracional gritavam os manifestantes em todos os atos de rua das últimas semanas “Fora Rede Globo”, ou o que expressavam de forma também inconsciente os torcedores em uníssono no Estádio em Minas Gerais: “Ei Galvão, vai tomar no cú” . Diante da crescente pressão pela regulação da mídia, a Presidenta Dilma simplesmente disse para usar o controle remoto. Durante as manifestações eu usei. E não vi nada diferente entre os sinais emitidos por todas as emissoras, que aliás são concessões públicas. Todas, inexoravelmente, com sotaques mais ou menos virulentos, trabalham para desgastar o projeto político que mudou a cara do Brasil. Repetem a exaustão as mentiras, como ensinou Goebels, que elas acabam virando verdades no senso comum, inclusive para muita gente da esquerda. Lembra por que aconteceram todos estes atos Brasil afora? A polícia do Alckmin baixou o cacete num povo que brigava pra baratear as passagens em São Paulo. Mas pela ação desregrada da mídia, a solidariedade aos que apanharam em São Paulo, viraram atos contra tudo e contra todos, em especial contra o Governo. E quando passaram a ser, como o são agora, atos que de fato propõe medidas racionais, como a Reforma Política, a mesma mídia passa a atacar as bandeiras dos movimentos e atos de rua, contratando juristas de meia pataca para opinarem sobre tudo e sobre todos, mas principalmente contra a Reforma Política, que esta sim, se bem discutida com o povo, poderá ensejar uma nova forma de fazer político, sem a pressão do financiamento privado das campanhas, reduzindo em muito as possibilidades de compadrio e corrupção dos políticos. A Presidenta propôs o Plebiscito para contrapor a genérica palavra de ordem “contra a corrupção”. Mas para que vingue o plebiscito, deveria mandar ao congresso também a Lei de regulação dos meios de comunicação. Definitivamente, não é trocando de canal no controle remoto, que faremos as mudanças que este país precisa. E se falei do Controle Remoto, não poderia deixar de falar dos sinais, sobre os quais escrevi um texto aqui no Blog outro diaE aí PT…Viste os Sinais?  A Dilma viu os sinais, verificou o perigoso ataque a democracia que estava acontecendo nas ruas e propôs a Constituinte Exclusiva. O PT, do qual se esperava que suas próceres figuras públicas saíssem a campo logo depois da fala da Presidenta para defender aquilo que é bandeira do PT desde 0 3º Congresso Nacional do Partido em 2005, não saíram. E entra em cena o PMDB, propondo a Dilma o recuo para a posição de Plebiscito. Para o PMDB, até que não é ruim. Se mostrou comprometido com uma democracia parcial, que parece no entanto não ser a opinião de todo o PMDB. Ruim é o PT e a turma não terem entendido de novo os sinais. Os sinais devem estar chegando bem distorcidos aos olhos dos que se acostumaram a olhar o mundo pelas telas da mídia, que mesmo repetidas em suas ondas, podem ter colorações diferentes se trocadas pelo controle remoto.
Mas agora, esta aí o Plebiscito. Então, se os sinais estão claros para todos, hora de garantir que O Voto em Lista, o Financiamento Público de Campanha e a Convocação de uma Constituinte Exclusiva possam estar contempladas na cédula do plebiscito, e que a direção do PT emita os sinais claros para que a militância na rua não tenha sua cara quebrada por que alguns dirigentes estavam perdendo tempo, trocando de sinal pelo controle remoto. Vamos a luta, em defesa da democracia e do Brasil, que hoje é exemplo de desenvolvimento com distribuição de renda, referência para o mundo todo.

1 Resposta para “A PEC37, A Constituinte, o Plebiscito, o Controle Remoto e os sinais”

  1. Emilio Cidjunho 30, 2013 às 9:43 am
    Realmente o grande erro da Dilma foi não ter peitado o monopólio da mídia, logo no início do mandato. Agora tem que remediar…

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    Luiz Müller


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