24.10.2013
As nove medidas da China para destronar ao dólar estadunidense
Adital
Em vista da recessão nos EUA, especialistas preveem que a China se
converterá na maior economia do mundo. Quais são os principais sinais de
que Pequim está acelerando seus planos para ‘destronar’ ao dólar a largo
prazo?
Tradução: ADITAL
No cenário econômico global, a "China está jogando o xadrez, enquanto os EUA estão
jogando damas”, afirma Michael Snyder, editor da página The Financial Collapse, cujo
blog foi difundido pelo portal Business Insider. Atualmente, a maior parte do comércio
mundial é realizada em dólares estadunidenses e mais de 60% de todas as reservas
mundiais se mantêm nessa divisa; algo que, no momento, dá a Washington uma
enorme vantagem.
No entanto, segundo especialistas, "devido a décadas de más decisões da
administração estadunidense, essa vantagem começou a erodir-se”, algo que deu a
Pequim uma possibilidade de preparar o terreno para acabar com a supremacia do país
norte-americano na economia global.
A China não parece ter a intenção de permitir que o sistema financeiro dos EUA
domine o mundo por um tempo indefinido, e devido à recente instabilidade
política e econômica em Washington, Pequim poderia tentar aproveitar-se da atual
vulnerabilidade do país norte-americano.
Atualmente, a China, o exportador número 1 no mundo, quer conseguir que o
uso global de divisas também reflita essas mudanças recentes na arena financeira
internacional. As seguintes nove medidas adotadas pela China demonstram que o país
asiático está tentando reforçar o papel do Yuan no mercado mundial de divisas.
1. A agência de qualificação chinesa Dagong rebaixou a qualificação creditícia dos EUA
de A para A– com uma perspectiva negativa.
2. No início de outubro, o Banco Popular da China e o Banco Central Europeu
assinaram um acordo de intercâmbio de divisas no valor de 350 bilhões de Yuanes
(45 bilhões de euros). Com isso, o volume das operações de intercâmbio de divisas
ascendeu a um total de 2,2 bilhões de yuanes, em 22 países. Trata-se de um grande
passo rumo ao estabelecimento do Yuan como moeda internacional. Esse acordo
permitirá que se empregue uma menor quantidade de dólares no comércio entre a
China e a Europa.
3. Em junho, a China assinou também um importante acordo de intercâmbio de
divisas com o Reino Unido, o que se considera outro passo muito importante rumo à
internacionalização do Yuan.
4. A China, com cerca de 1,3 bilhões de dólares, é o maior credor estrangeiro da dívida
dos EUA. Essa enorme exposição à dívida estadunidense começa a converter-se em
uma significativa questão política para Pequim.
5. Nessa semana, Mei Xinyu, assessor do Ministro de Comércio chinês, advertiu que
em caso de um deterioro da situação econômica de Washington, a China pode decidir
cessar por completo a compra de bônus do Tesouro estadunidense.
6. Vários meios difundiram essa semana informações que asseguraram que a
Administração Estatal de Divisas Estrangeiras da China, organismo que se encarrega
das reservas de divisas do país pelo valor de 3,66 bilhões de dólares está tentando
diversificar seus investimentos em bens de raízes na Europa.
7. A agência oficial de notícias chinesa, Xinhua, publicou essa semana que, levando
em consideração a recessão econômica dos EUA, "talvez seja um bom momento para
que um mundo sem orientação comece a considerar a construção de um mundo
desamericanizado”.
8. Na quinta-feira passada, comentando o acordo que pôs fim ao ‘fechamento’ do
governo dos EUA, Xinhua indicou que "os políticos em Washington não fizeram nada
mais do que transferir uma vez mais a quebra definitiva da confiança mundial no
sistema financeiro dos EUA.
9. A China é o maior produtor de ouro do mundo e, além disso, está acelerando
sua compra, importando uma quantidade enorme de ouro de outras nações.
Alguns analistas econômicos estão convencidos de que, eventualmente, a China
planeja respaldar o Yuan com ouro e tentar criar a alternativa número 1 ao dólar
estadunidense.
Se, em um futuro próximo, os chineses anunciam algum dia que respaldarão sua
moeda com ouro e deixarem de usar o dólar no comércio internacional, essa decisão
poderia mudar a face da economia mundial em uma só noite, segundo o autor do
artigo.
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