sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Artistas e Movimentos lançam vídeo-manifesto contra violência policial em SP

Quinta, 14 de novembro de 2013

ARTISTAS E MOVIMENTOS LANÇAM VÍDEO-MANIFESTO CONTRA VIOLÊNCIA

POLICIAL EM SP


Dexter, Emicida, GOG, KL Jay, Flora Matos, Bax BO, entre outros, juntam-se a



movimentos negros e sociais para denunciar o racismo e a violência policial

As vítimas de violência no Brasil tem cor e endereço: São majoritariamente negros,

jovens, de periferia

Em 2010, no Brasil, 49.932 pessoas foram vítimas de homicídio e 70,6% das vítimas eram

negras. Desses quase 50 mil assassinados, 53,5% eram jovens de 15 a 29 anos e 74,6%

dos jovens assassinados eram negros.

A reportagem é de Douglas Belchior, publicada no site Combate ao Rascismo

Ambiental, 11-11-2013.



Só na cidade de São Paulo, 624 jovens foram vítimas de homicídio em 2011, 57% dos

jovens assassinados eram negros e 98% das vítimas eram homens.

Os números de homicídios no Brasil são equivalentes a números de guerra. E se

verificados a partir da variável racial, é possível afirmar que presenciamos um genocídio

negro no Brasil.

A violência também tem origem: A Polícia


Em 2012, 1890 pessoas foram mortas pela polícia no Brasil, uma média de 5 mortes por

dia.

A PM paulista mata mais que a polícia de todo os EUA.

70,1% da população não confia no trabalho das diversas polícias no Brasil.

Com o atual modelo de segurança pública, os estados gastam muito e de forma

ineficiente. Investimentos mal planejados, duplicidade de funções e carreiras mal

estruturadas compõem um quadro de crise da política de segurança pública no País e em

São Paulo.

O inimigo é outro


A Polícia Militar é uma herança da ditadura militar.

A cultura militar traz consigo a ideia da guerra e de inimigo. Mas quem é o inimigo da

policia, afinal?

A Polícia Militar age politicamente e perpetua a lógica que privilegia e protege a mesma

elite que a criou há 400 anos.

Preserva o patrimônio dos ricos e declara guerra aos pobres!

Só em São Paulo, em 2012, 546 pessoas foram mortas em decorrência de confronto com

a Polícia Militar.

A morte do jovem Douglas


O jovem Douglas é apenas mais uma vítima. Levou um tiro “por acidente”. A tentativa

da PM é enquadrar o caso como homicídio culposo, quando não há intenção de

matar, e diminuir a pena do policial. Contudo, há indícios claros que os procedimentos

operacionais padrões foram desrespeitados e nesse caso é preciso que o caso seja

considerado homícídio doloso, com intenção de matar, e que o PM seja punido com rigor.

Não apenas o policial precisa ser punido, mas o Secretário de Segurança Pública e o

Governador do Estado de São Paulo precisam ser responsabilizados, pois se trata de

uma política de estado operada pelo seu braço armado.

Ao ser atingido, Douglas perguntou: “Por que o senhor atirou em mim”? E pensamos, por

quê? Por que vocês atiram em nós? O chefe de estado faz a política, a direção ordena, o

comando treina e a tropa obedece. Até quando?

Pela aprovação do PL 4771/2012


Em 2011, o número de mortes classificadas por autos de resistência apenas no Rio e em

São Paulo foi 42,16% maior do que todas as execuções promovidas por 20 países em

que há pena de morte.

O registro dos “Autos de Resistência” (morte em confronto com a polícia) com o objetivo

de maquiar homicídios cometidos por policiais civis e militares é uma prática comum,

conhecida e amplamente utilizada pelos serviços de segurança pública em todo o

Brasil. Em tramitação em Brasília, o PL 4471/12 pode significar o fim da ‘licença para

matar’, pois prevê a investigação das mortes e lesões corporais cometidas por policiais

durante o trabalho. É um enorme avanço, mas não é o suficiente, já que os crimes serão

investigados pela própria polícia!

Pela desmilitarização da polícia


Hoje, os militares não respondem como civis. Se cometem crimes, eles são submetidos a

um tribunal especial, o Tribunal Militar.

A polícia brasileira é repressora e violenta. É uma instituição que cerceia direitos dos

cidadãos – entre eles, o direito a circular e viver a cidade, e o direito à própria vida!

Uma polícia diferente é possível! Uma polícia democrática deve ser cidadã e garantir

direitos!

E os próprios policiais concordam: 70% dos soldados, cabos, sargentos e subtenentes

da Polícia Militar são a favor da desmilitarização. Entre os oficiais, 54% são a favor de

transformações do modelo atual.

PELO FIM DO GENOCÍDIO DA JUVENTUDE NEGRA E DE PERIFERIA! A FAVOR DA

DESMILITARIZAÇÃO DA POLÍCIA – PORQUE O ESTADO NÃO PODE CONTINUAR

MATANDO NOSSOS JOVENS!

Participam desta campanha:

Todos os artistas que gravaram voluntariamente

Mães de Maio

UNEAFRO – Brasil

Articulação Política das Juventudes Negras

Levante Popular da Juventude

Coletivo Arrua

Marcha Mundial de Mulheres

Quilombaque

Círculo Palmarino

Fórum em defesa da vida – Zona Sul

Comunidade Santos Mártires

TV Doc Capão

Associação Frida Kahlo

Instituto Brasileiro de Aliança Socio Ambiental

Projeto Batukai

Rede Ecumênica da Juventude

Bocada Forte Hip Hop

Campanha Eu Pareço Suspeito?


Participe do ATO pelo fim do genocídio da juventude negra e pobre e pela



desmilitarização da polícia.

PARA LER MAIS:

10/08/2013 - Brasil tem de agir contra violência policial, diz Anistia

01/08/2013 - O Black Bloc e a resposta à violência policial

15/06/2013 - Movimentos e entidades protestam contra a violência policial nos

protestos de jovens pelo transporte público

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