sexta-feira, 17 de abril de 2015

Fel-lha soube de acusação a Vaccari na véspera Salvador contrata auditoria para contabilidade da editora

Publicado em 17/04/2015
Paulo Henrique Amorim

Fel-lha soube de acusação
a Vaccari na véspera

Salvador contrata auditoria para contabilidade da editora

Salvador: "As receitas da Editora Atitude vêm da prestação de serviços e comunicação para sindicatos"

O coordenador da Editora Atitude, Paulo Salvador, afirmou que o jornal Folha de S. Paulo soube antecipadamente que o empreendimento de comunicação seria investigado na Operação Lava-Jato,  acusado de ser utilizado pelo tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, para lavar dinheiro.

De acordo com Salvador, na véspera da prisão de Vaccari,  ele recebeu um telefonema de um jornalista do jornal paulista que o questionou sobre a investigação.

Nesta sexta-feira (17), em entrevista a Paulo Henrique Amorim, o coordenador detalhou o ocorrido.

“Foi na terça-feira (14), por volta das 17h. Quem me ligou foi o Flávio Ferreira, da Folha de S. Paulo, e ele estava em Curitiba. E disse o seguinte: “olha, a Gráfica Atitude está sendo investigada na Operação Lava-Jato”. Eu não estava sabendo e apresentei os argumentos de que não recebemos nenhuma doação de partido. Mesmo assim ele ainda insistiu”, disse.

A Editora Atitude divulgou nota oficial na última quinta-feira (17) informando que mantém seus contratos de forma regular.

A editora tem como produtos a Revista do Brasil, o portal Rede Brasil Atual, edições regionais de um jornal impresso e a produção de conteúdo jornalístico para a Rádio Brasil Atual.

Na entrevista, Salvador revelou que irá contratar uma auditoria independente para emitir um parecer sobre as contas da editora.

Ouça ou leia a entrevista na íntregra:



Paulo Henrique Amorim: Republicamos no Conversa Afiada o documento que vocês emitiram, tanto da Rede Brasil Atual quanto da Gráfica Atitude, que revela um fato escândaloso. Um repórter o procurou para tratar de uma denúncia que só seria conhecida no dia seguinte, com a prisão do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Você poderia reconstituir essa ligação?

Paulo Salvador: Foi na terça-feira (14), por volta das 17h. Quem me ligou foi o Flávio Ferreira, da Folha de S. Paulo, e ele estava em Curitiba. E disse o seguinte: “olha, a Gráfica Atitude está sendo investigada na Operação Lava-Jato”. Eu não estava sabendo e apresentei os argumentos de que não recebemos nenhuma doação de partido. Mesmo assim ele ainda insistiu.

Eu acho que é muito grave o comportamento da Justiça com um veículo de comunicação.

PHA: Ele [o repórter] chegou a dizer que essa investigação envolvendo a Gráfica Atitude e a Rede Brasil Atual tinha a ver com a prisão do Vaccari?

Paulo Salvador: Ele não falou, mas eu, no dia seguinte, acabei associando porque lá na delação, junto com o juiz, tinha uma coisa a ver com a outra. A questão da Editora  Atitude era central lá, como sendo parte de um processo de ter transferência de renda direto para partido. Eu tenho a impressão que ele percebeu que tinha revelado que já sabia antecipadamente, pois não me retornou.

PHA: Qual é a veracidade nessa acusação feita formalmente pelo procurador Lima, de que a Gráfica Atitude tenha sido utilizada para lavar dinheiro para o PT?

Paulo Salvador: Não há nenhuma verdade. As receitas da Editora Atitude vêm da prestação de serviços e comunicação para sindicatos através da Revista do Brasil. Até hoje, em oito anos, já fizemos 28 milhões de revistas. Fazemos um site também, o Rede Brasil Atual e temos o programa de rádio na FM 98.9, de segunda a sexta. E vendemos anúncios  e patrocínios. Então, todo esse dinheiro é revertido para as despesas.

Não tem nenhuma doação, não tem contribuição a partido ou a candidatos. A nossa contabilidade está transparente. E até torço para que quebrem o sigilo nosso.

E anuncio em primeira mão que vamos procurar uma auditoria independente, renomada, para analisar os nossos processos e dar um parecer para nos anteciparmos à Justiça.

Nossos uma empresa privada, uma Editora, não somos PT ou CUT.

PHA: Vocês não têm ligação nem com o PT e nem com a CUT?

Paulo Salvador: Nós temos afinidades, mas formalmente nós somos uma empresa privada. Há uma tentativa, como dizemos na nota, pelo PiG, de colocar adjetivos, de falar que é uma gráfica do PT. Lá, se olhar bem, temos várias críticas ao Governo Federal. Somos independentes. 

PHA: Quem são os sócios da gráfica?

Paulo Salvador: São sempre os dirigentes sindicais dos principais sindicatos de bancários e metalúrgicos. Toda vez que trocam os presidentes e os tesoureiros eles assumem também a condição presidentes e tesoureiros da gráfica.

PHA: Vocês pretendem tomar alguma atitude judicial, seja contra o delator ou contra o jornalista da Folha?


Paulo Salvador: Estamos estudando, mas vamos ingressar com algum tipo de solicitação de indenização moral, injúria, mas vamos fazer.

Queremos defender o nosso nome, a nossa história.

COMENTÁRIOS

  • william porto
    PHA, trata-se de um plano que tem vários sócios e arquitetos, todos são informados das manobras com antecedência. E vai piorar. Isso porque quem devia reagir baixou a cabeça.
  • Wilson
    Esse juiz Moro já deveria ter sido afastado da Operação Lava Jato há muito tempo. Não só ele, como também os procuradores fanfarrões e os delegados aecistas. Quem sabe, quando a Dilma nomear um Ministro da Justiça isso venha a acontecer. Não podemos ficar com esse cargo vago desde que o Márcio Thomaz Bastos saiu. Muito tempo já se passou para que nenhum ministro da justiça tenha tomado posse ainda.

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