domingo, 18 de agosto de 2013

Egito Pós-Mubarak Massacre - Solidariedade ao povo egípcio


 

Egito Pós-Mubarak Massacre - Solidariedade ao povo egípcio
 
Márcia D`Angelo
São Paulo, 14/08/2013   00:49 h.
 
Egito, Egito onde estão teus faraós?
As grandes dinastias
O Reino do Norte ligado ao Reino do Sul
O Amon-Rá
O Reino das Duas Coroas
O Rio Nilo, o presente do Nilo
As enchentes do Nilo a fertilizar tuas terras
O húmus
 
E tuas pirâmides Egito? Tão admiradas, visitadas
Construídas por felás, camponeses que prestavam serviço compulsório
Ao Estado Teocrático
Modo de Produção Asiático
Civilização hidráulica desenvolvida ao redor do Rio Nilo
Despertavas cobiça de tantos povos
Tal era o nível de tua produção e comércio
Tantas invasões, tantas histórias, memórias
 
Tuas pirâmides equânimes, teus solenes sarcófagos
Império de grande abundância na Idade Antiga
O berço da civilização
Teus habitantes, inclusive os faraós eram negros
A tua localização é na África da nascente ao delta do Nilo
Tu és a história viva
Está tudo aí, tudo é visível e colorido
Como dizem os turistas
 
Egito, Egito e o que fazer agora com a guerra civil?
A primavera árabe em 2011 foi o prenúncio da liberdade
Derrubar Mubarak há dois anos
A rota para Israel não passava por teu território?
Dizia-se que a Irmandade Muçulmana recusaria
O que o teu exército financiado
Pelo complexo industrial militar estadunidense sempre aceitou
Ser rota de armamentos para Israel
 
Egito, Egito nunca houve revolução
Teu povo tão religioso e pacífico protagonizou grandes manifestações, mobilizações
Acreditou que derrubando Mubarak haveria democracia, que ironia
A Irmandade Muçulmana e o Mursi
A deposição do Mursi, o governo provisório e a tomada do poder pelo teu exército
Tão submisso aos ditames do Império Estadunidense
E o Islamismo, metabolismo de tantas rivalidades, veleidades
Agora é acusado de terrorismo e alvo tão desgastado de destruição
Irmandade Muçulmana e Mursi são alvos do Pentágono/Israel/ Família Saud
Que distorção, que contrarrevolução, que contradição!
 
Em meio a tantas bombas, invasão de acampamentos, massacres
Teus monumentos também foram destruídos?
Além de milhares de mortos, também mataram teus registros?
Massacraram a tua História?
Teus hospitais são agora necrotérios?
Teu povo ora a favor, ora contra Mursi é então alvo de pesados armamentos
Sacramentos para eliminar tanta coragem, tanta luta, tanta envergadura
Tanta amargura
 
Egito, Egito e tuas mulheres e tuas crianças?
Banho de sangue que dizimou uma população civil
Que luta pelo direito à democracia
Que se posiciona,  que enfrenta, que não teme
Mesmo submetida a toque de recolher
 
Egito, Egito acabou o mês de Ramadã
Teu povo sai às ruas para reivindicar
Os militares para desbaratar, eliminar
E assim uma nova etapa
Uma nova ditadura se configura
Com o teu povo na rua, sofrendo, enfrentando, morrendo
 
Egito, Egito, até quando?
Cairo da população morena e corajosa
O horror das metralhadoras não fez o teu povo recuar
Uma resistência absurdamente coerente, consequente
Os prós e os contra ao governo deposto
E o teu exército atirando, invadindo acampamentos
Estabelecendo um golpe de estado, execrado
 
Egito, Egito, não acredito na submissão de teu povo
À nova ditadura agora implantada
A tua temperatura chega a 50 graus
A tua obstinação pela mudança é ainda maior
Que Alá vele por ti, Egito
Que proteja teus filhos e filhas
Só Ele poderia deter a fúria dos lucros armamentistas
Da grande potência ocidental, diagonal
Contra uma população aguerrida, destemida, enternecida
Violada, massacrada, execrada, eliminada
Pela infâmia do discurso neoliberal, ditatorial, pentagonal
 
Egito, Egito daqui do Brasil ouço o teu grito
O choro, o gemido, a lamentação
Do teu povo violentado, abandonado
Que deixa perplexa a humanidade
Com tanta bravura em meio a tanta desventura





 

 

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