sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Obama pede voto 'rápido' do Congresso estadunidense sobre ataque à Síria

Obama pede voto 'rápido' do Congresso estadunidense sobre ataque à Síria

Matéria do Jornal Brasil de Fato

Presidente repete George W. Bush ao pedir rapidez do Legislativo por suposto uso de armas químicas que provoca 'ameaça grave' ao país, mas garante que não repetirá o Iraque
04/09/2013
 
 
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu nesta terça-feira (3) a líderes dos partidos democrata e republicano que promovam um voto "rápido" no Congresso que permita a ação militar “limitada” de seu país contra a Síria. "Quero enfatizar uma vez mais que o que estamos planejando é algo limitado, proporcional, que afetará a capacidade do regime de Assad (o presidente sírio, Bashar al Assad)", disse, durante reunião na Casa Branca.
O Congresso está em recesso, e retorna ao trabalho na próxima semana, com expectativa do presidente de que aprove a autorização para o ataque "tão logo" seja possível. "Acho que é apropriado que atuemos sem precipitação, mas também acho que todo mundo reconheça a urgência e que vamos ter que nos movimentar com relativa rapidez", sustentou Obama, repetindo o antecessor, George W. Bush, ao afirmar que o suposto uso de armas químicas pelo governo de Al Assad "coloca uma ameaça grave à segurança dos Estados Unidos e da região".
Em 2003, no Iraque, a acusação que levou à guerra contra o governo de Saddam Hussein era o uso de armas químicas, mais tarde desmentido por uma série de evidências. Perante a dúvida de parte da população, Obama insistiu hoje que seu plano "não é Iraque" e "não é Afeganistão", os dois atoleiros nos quais o país se enfiou na primeira década deste século.
Ele também afirmou que seu governo tem "uma estratégia mais ampla" para "melhorar a capacidade da oposição" na Síria e continuar com a "pressão diplomática" com o objetivo de devolver a paz e a estabilidade no país. Na tentativa de destravar as negociações com o Congresso, o presidente indicou a possibilidade de mudanças no texto de forma a tornar mais claras quais as prerrogativas do chefe de Estado no caso de um ataque à Síria.
Ao sair da reunião, o presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, o republicano John Boehner, disse que "apoia" o pedido para lançar um ataque militar contra a Síria. "Isto é algo que os Estados Unidos, como país, necessitam fazer", disse, ao sair de uma reunião com Obama e líderes democratas e republicanos do Congresso na Casa Branca. "Nossos aliados têm que saber que os Estados Unidos estão com eles quando é necessário.”
A líder da minoria democrata na Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, elogiou a apresentação que Obama fez no encontro privado com os congressistas e assegurou que existem provas claras de que o regime sírio perpetrou o ataque com armas químicas contra a população civil. O conflito civil na Síria, que já dura mais de dois anos, matou cerca 100 mil pessoas e não foi Obama quem "traçou a linha vermelha", afirmou Nancy.
"Foi a humanidade que fez isso há algumas décadas, cerca de 170 países que apoiam a convenção contra as armas químicas. Desta forma, de um ponto de vista humanitário, não é algo que possa se ignorar. Devemos enviar uma clara mensagem a quem têm armas de destruição em massa de qualquer tipo que devem se esquecer de usá-las", acrescentou a deputada.
Nancy Pelosi disse que na hora de debater e votar a resolução no Congresso sobre o uso da força os legisladores têm de decidir se querem ou não ignorar o fato de que "ocorreu este desastre humanitário".
Foto: Official White House/Pete Souza

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