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Petroleiros resistem às ações arbitrárias da Petrobrás e seguem mobilizados
18/10/2013
Categoria permanecerá em greve por todo o país para impedir que a maior reserva do pré-sal seja leiloada
Escrito por: FUP
Continua forte a greve dos petroleiros iniciada quinta-feira, 17, em todo o Sistema Petrobrás. Apesar das ações antissindicais da empresa, que insiste em desrespeitar o direito de greve, ingressando com interditos proibitórios e mantendo trabalhadores em cárcere privado nas unidades, os petroleiros estão resistindo e seguem parados por tempo indeterminado. Segundo informações dos sindicatos da FUP, a adesão dos petroleiros é de 90% a 100% nas unidades operacionais, com forte participação dos trabalhadores terceirizados e também do administrativo.
A operação está sendo mantida na maioria das regiões do país por equipes de contingência da Petrobrás, formadas por gerentes, supervisores e outros profissionais sem experiência nas tarefas de rotina das refinarias, plataformas e terminais, o que coloca em risco a segurança das equipes e das próprias unidades. Na Bacia de Campos, já foram registrados vazamentos nas plataformas PCE-1 e P-15.
Os trabalhadores do Sistema Petrobrás exigem a suspensão imediata do leilão do campo de Libra, marcado para o próximo dia 21, e por avanços na campanha reivindicatória. A categoria também exige a retirada de tramitação do Projeto de Lei 4330, que escancara a terceirização para as atividades-fim, acaba com a responsabilidade solidária das empresas contratantes e piora consideravelmente as condições de trabalho, atacando direitos históricos da classe trabalhadora.
Novas adesões
A greve conta agora com a adesão também dos petroleiros de Pernambuco, que ingressaram no movimento às 23h de ontem. Estão parados os trabalhadores da Refinaria Abreu e Lima, do Terminal Aquaviário de Suape e do Gasoduto de Jaboatão. Segundo informações do Sindipetro PE/PB, as unidades da Petrobrás no estado estão paradas e na madrugada desta sexta-feira, os trabalhadores interromperam o carregamento de óleo para as carretas que abastecem as termoelétricas do estado.
Na Bacia de Campos, subiu para 40 o número de plataformas que estão em greve, com adesão de Pargo (PPG-1). Segundo informações do sindicato, mais plataformas podem aderir ao movimento nos próximos instantes.
Nas refinarias e terminais da Transpetro, a troca de turno continua suspensa desde o final da noite de quarta-feira, 16, em todas as bases da FUP. Na Repar, refinaria do Paraná, a greve já causou redução de cerca de 15% da produção. Em São Paulo, além das refinarias e terminais, a malha estadual de distribuição de gás também está parada, com adesão dos trabalhadores das estações de Suzano e Taubaté. Em Macaé, no Norte Fluminense, cerca de 5 mil trabalhadores que atuam nas obras do Projeto de Ampliação de Processamento de Gás e Condensado (Plangas) do Terminal de Cabiúnas aderiram à greve.
No Rio Grande do Norte, segundo o sindicato, 100% da produção das plataformas foi interrompida e os trabalhadores entregaram as unidades despressurizadas, com poços fechados e em estado de segurança. A greve segue forte no Polo de Guamaré, onde os petroleiros paralisaram nesta sexta-feira a Refinaria Potiguar Clara Camarão (RPCC), interrompendo a produção de óleo diesel e querosene de aviação. A greve continua também nos campos de produção terrestre. O estado conta com 5.160 poços de petróleo, distribuídos em 60 campos de produção em terra e 10 no mar.
No Espírito Santo, os trabalhadores da estação de Fazenda Alegre aderiram à greve e suspenderam no início da tarde de hoje os carregamentos e descarregamentos de petróleo. A produção de GLP da UTGC (Unidade de Tratamento de Gás), em São Mateus, continua paralisada desde ontem.
Na Bahia, o comando de greve conseguiu parar a produção das estações C e D dos campos de produção terrestre em Miranga, fechando todos os poços, o que, segundo o sindicato, representa uma redução de 1.300 barris por dia.
Os petroleiros permanecerão em greve em todo o país para impedir que a maior reserva do pré-sal seja leiloada e fortalecer a luta da classe trabalhadora contra o PL 4330.
Plataformas e campos terrestres parados
Bacia de Campos: 40 plataformas;
Bahia: campos de produção terrestre de Miranga, Balsamo, Araçás, Buracica e 22 poços do Ativo Norte.
Rio Grande do Norte: 22 plataformas marítimas e campos terrestres de Alto do Rodrigues, Campo do Amaro, Riacho da Forquilha, Base 34 e Campo de Estreito.
No Espírito Santo: estação Fazenda Alegre
Refinarias em greve
Estão parados os trabalhadores das refinarias de Duque de Caxias (Reduc/RJ), Manaus (Reman/AM), Paulínia (Replan/SP), Mauá (Recap/SP), Mataripe (Rlam/BA), Gabriel Passos (Regap/MG), Paraná (Repar), Alberto Pasqualine (Refap/RS), Abreu e Lima (Pernambuco), Potiguar Clara Camarão (RPCC/RN) além da SIX (usina de Xisto/PR) e da FAFEN (fábrica de fertilizantes/BA).
Transpetro
Na Transpetro, a greve atinge os terminais de Solimões (AM), Suape (PE), Jaboatão (PE), Madre de Deus (BA), Campos Elíseos (Duque de Caxias/RJ), Cabiúnas (Macaé/RJ), Guararema (SP), Guarulhos (SP), São Caetano (SP), Barueri (SP), São Francisco do Sul (SC), Itajaí (SC), Guaramirim (SC), Biguaçu (SC), Paranaguá (PR), Osório (RS), Canoas (RS) e Rio Grande (RS).
Gás, Biodiesel e Termoelétricas
No Espírito Santo, todos os trabalhadores da Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas (UTGC) aderiram à greve, inclusive os terceirizados, interrompendo a distribuição de gás.Também aderiram à greve os trabalhadores da malha de gás de São Paulo, das usinas de Biodiesel da Bahia e de Montes Claros, da Termorio (Duque de Caxias) e da Termoeletrica Aureliano Chaves, em Minas Gerais.
Manifestações pela suspensão do leilão de Libra continuam
Após realizarem marchas e manifestações contra o leilão de Libra ontem em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Natal, Salvador, Macaé, entre outras cidades do país, a FUP, junto com o MAB, CUT, CTB, CGTB e outras centrais sindicais e movimentos sociais voltaram a se manifestar nesta sexta.
Com apoio do Sindipetro Unificado-SP, petroleiros e movimentos sociais ocuparam pela manhã o prédio da Petrobrás, na Avenida Paulista, em São Paulo.
A FUP e seus sindicatos estão discutindo o tipo de manifestação que realizarão na segunda-feira, 21, data prevista para o leilão de Libra. Um ato estratégico está sendo debatido pelos petroleiros e será divulgado às vésperas do leilão.
Os trabalhadores do Sistema Petrobrás, cuja história sempre foi de resistência às privatizações e luta incansável em defesa da soberania nacional, permanecerão em greve em todo o país para impedir que a maior reserva do pré-sal seja leiloada e fortalecer a luta da classe trabalhadora contra o PL 4330.
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