quarta-feira, 23 de outubro de 2013

'Ou mudamos ou morremos' , alerta leonardo Boff

21.10.2013

‘OU MUDAMOS OU MORREMOS’, ALERTA LEONARDO BOFF

Adital

Hoje vivemos uma crise dos fundamentos de nossa convivência pessoal, nacional e

mundial. Se olharmos a Terra como um todo, percebemos que quase nada funciona

a contento”. A opinião é do teólogo e professor Leonardo Boff, que escreveu artigo
recente para osite do Instituto Ethos.


Segundo Boff, a Terra está doente. "E como somos, enquanto humanos também Terra

(homem vem de humus=terra fértil), nos sentimos todos, de certa forma, doentes. A

percepção que temos é de que não podemos continuar nesse caminho, pois nos levará

a um abismo. Fomos tão insensatos nas últimas gerações que construímos o princípio

de auto-destruição. Não é fantasia holywoodiana”, observou.

De acordo com ele, a humanidade tem condições de destruir várias vezes a biosfera

e impossibilitar o projeto planetário humano. "Desta vez não haverá uma arca de Noé

que salve a alguns e deixa perecer os demais. Os destinos da Terra e da humanidade

coincidem: ou nos salvamos juntos ou sucumbimos juntos”, ressaltou Boff.

"Em primeiro lugar, há de se entender o eixo estruturador de nossas sociedades hoje

mundializadas, principal responsável por esse curso perigoso. É o tipo de economia

que inventamos. A economia é fundamental, pois, ela é responsável pela produção

e reprodução de nossa vida. O tipo de economia vigente se monta sobre a troca

competitiva. Tudo na sociedade e na economia se concentra na troca. A troca aqui é

qualificada, é competitiva. Só o mais forte triunfa. Os outros ou se agregam como sócios

subalternos ou desaparecem. O resultado desta lógica da competição de todos com

todos é duplo: de um lado uma acumulação fantástica de benefícios em poucos grupos

e de outro, uma exclusão fantástica da maioria das pessoas, dos grupos e das nações”.

Para Boff, atualmente, o grande crime da humanidade é o da exclusão social. "Por

todas as partes reina fome crônica, aumento das doenças antes erradicadas,

depredação dos recursos limitados da natureza e um ambiente geral de violência, de

opressão e de guerra”.
Individualismo x Cooperação

Um dos pontos mencionados pelo teólogo no artigo é que a grande maioria dos países

e das pessoas não cabe mais sob seu teto. "Agora esse tipo de economia da troca

competitiva se mostra altamente destrutiva, onde quer que ela penetre e se imponha.

Ela nos pode levar ao destino dos dinossauros”, comparou Boff.

Ao defender a ideia de que "ou mudamos, ou morremos”, Boff sugere como alternativa

uma nova racionalidade, por meio do princípio da cooperação (ele cita o livro de

Maurício Abdalla sobre o tema). "Se não fizermos essa conversão, preparemo-nos para

o pior. Urge começar com as revoluções moleculares. Comecemos por nós mesmos,

sendo seres cooperativos, solidários, com-passivos, simplesmente humanos. Com isso

definimos a direção certa. Nela há esperança e vida para nós e para a Terra”, conclui

Boff.

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