segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Justiça nega liminar a Alckmin para desocupar escolas. Sem a força, resta o diálogo - Fernando Brito para Tijolaço

Justiça nega liminar a Alckmin para desocupar escolas. Sem a força, resta o diálogo

escolas
O Tribunal de Justiça de São Paulo recusou o pedido do Governador Geraldo Alckmin para ser reintegrado na posse das 100 escolas  ocupadas por estudantes paulistas em protesto contra a decisão de fecha-las.
A pergunta é: porque o Governo paulista não abre uma discussão sobre a racionalização da rede?
É evidente que nem alunos nem professores serão contra um avanço no funcionamento das escolas, separando-as por ciclos – fundamental e médio – ou a irem para outros prédios, em condições melhores e com mais equipamentos.
Quem sabe, até, com o remanejamento, abrindo a possibilidade para que algumas passem a funcionar em horário integral, como são as melhores escolas do mundo rico?
Agora, quando um governo que é tão pródigo em anunciar a construção de novos e modernos presídios não se dispõe a fazer um programa de reorganização da educação que não preveja ampliação, melhorias ou mesmo construção de novos prédios escolares, mais adequados a uma atenção integral às crianças e jovens não dá para dizer que o protesto é um exagero.
Não é preciso ter nada, senão um mínimo de bom-senso, para saber que não se pode fazer “no tranco”, e de uma só vez, mudanças que implicam no remanejamento de 311 mil alunos e 74 mil professores. E sem oferecer nada em melhorias para isso, além do mais.
Sem ordem judicial para enfiar a PM nas escolas, o Governo Alckmin terá de partir, depois de radicalizados os ânimos, para o lugar onde deveria ter começado: o diálogo.
Um contrassenso, a menos que seja algo deliberado, para avançar na privatização do ensino, porque é esperado que, com a transformação em caos da escola pública, a “organização” do ensino privado acaba por atrair pais que “podem” (enforcando suas contas, claro) pagar pela educação de seus filhos.
Porque é uma incrível coincidência que o problema de São Paulo esteja se repetindo no Paraná e, de outra forma, em Goiás, que pretende entregar a “organizações sociais” a administração de parte de sua rede escolar. Todos governos do PSDB.
É insano, mas neste país de tanta insanidade, não é impossível.


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