sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

HSBC: Azenha quer saber por que só a Fel-lha ? Como é que a Fel-lha sabe quem são os “laranjas” ?

Publicado em 20/02/2015
Conversa Afiada - Paulo Henrique Amorim

HSBC: Azenha quer saber
por que só a Fel-lha ?

Como é que a Fel-lha sabe quem são os “laranjas” ?
Sugestão do amigo navegante Paulo Galvão no Twitter

Conversa Afiada reproduz do Viomundo delicada carta que o Azenha enviou à sra Guevara, que sonegou informações ao Amaury, a ponto de o Amaury enviar-lhe uma banana, com todo o respeito.

NOSSO ALERTA AO ICIJ: MÍDIA SONEGOU INFORMAÇÃO A LEITORES


Cara srta. Guevara [vice-diretora do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos],

Depois de ler sua troca de mensagens com o jornalista Amaury Ribeiro Jr., estou confuso.

O ICIJ escolheu apenas um investigador no Brasil, o muito respeitado jornalista Fernando Rodrigues, e apenas uma empresa de mídia, o UOL-Grupo Folha [para apurar e divulgar as contas do HSBC no caso Swissleaks].

Como estamos falando de mais de 8 mil clientes brasileiros do HSBC, qual será o critério para separar os “relevantes” dos “irrelevantes”?

Eles do UOL sabem antecipadamente quais nomes são de “laranjas” — como chamamos em português as pessoas que deixam usar seus nomes para esconder dinheiro sujo?

Quais são os critérios para priorizar este nome e não aquele outro? Fama?

Não faria mais sentido se o ICIJ tivesse escolhido parceiros múltiplos para a apuração no Brasil, de maneira a evitar os riscos sobre os quais Amaury Ribeiro Jr. alertou?

Por favor, siga a lógica: uma vez que o ICIJ nunca publicará a lista completa de clientes brasileiros do HSBC, como estaremos certos de que nomes não mencionados não escondem segredos sobre os quais a sociedade brasileira tem o direito de saber?

Tenha em mente que há muitos motivos para ceticismo em relação às corporações de mídia brasileiras.

Como o Repórteres Sem Fronteiras relatou, o Brasil é a “Terra dos 30 Berlusconis”. As famílias que controlam a mídia brasileira agem como um partido de oposição. Elas tem uma agenda política e a seguem em suas publicações, mesmo que isso implique em esconder informação.

Um exemplo?

Amaury Ribeiro Jr. escreveu um bestseller sobre as privatizações no Brasil chamado A Privataria Tucana.

Mas o livro foi considerado “não notícia” pela maior parte da mídia brasileira durante semanas. Depois que o livro se tornou um best seller, a mídia passou a dar atenção a ele, mas apenas para atacar o conteúdo.

Outro exemplo?

Foram blogueiros que noticiaram que as Organizações Globo, nosso grande conglomerado de mídia, haviam sido multadas em R$ 600 milhões por sonegar impostos na compra dos direitos de transmissão das Copas de 2002 e 2006.

De acordo com documentos oficiais, a operação foi feita com a criação de uma empresa fantasma nas ilhas Virgens Britânicas, notórias pela lavagem de dinheiro sujo.

Notícia, não? Não, de acordo com a maior parte da mídia brasileira. Outra vez, foram semanas até que a notícia saísse aqui ou ali.

Nos dois casos, o comportamento vergonhoso foi adotado pelos seus parceiros do UOL-Folha.

Nós, no Brasil, já não ficamos tão surpresos com tal comportamento.

As grandes empresas de mídia promoveram e se beneficiaram da ditadura militar que torturou, matou e “desapareceu” com brasileiros.

O Grupo Folha, aliás, teve alguns de seus veículos de distribuição usados por gente ligada à ditadura e emprestou um dos títulos, o da Folha da Tarde, para ser porta-voz da repressão.

Francamente, ficamos surpresos com a decisão do ICIJ de escolher um único parceiro para lidar com informação tão relevante para a sociedade brasileira, considerando o que acabamos de relatar.

Saudações,

Luiz Carlos Azenha



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