quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Estudantes e professores prometem barrar, nas ruas, a 'desorganização' de Alckmin - Rede Brasil Atual

EM AUDIÊNCIA PÚBLICA

Estudantes e professores prometem barrar, nas ruas, a 'desorganização' de Alckmin

Classificando como 'criminosa' a ideia do governo tucano, comunidade escolar quer debater alternativas para melhorar o ensino e não aceita a 'reorganização'; nesta sexta, nova passeata na Paulista
por Cida de Oliveira, da RBA publicado 21/10/2015 19:46
voorwald.jpg
São Paulo – Reunidos em audiência pública na tarde de hoje (21), na Assembleia Legislativa de São Paulo, professores, estudantes, pais e parlamentares prometeram intensificar mobilização contra o projeto do governador Geraldo Alckmin (PSDB) de reestruturação das escolas por ciclo e fechamento de centenas de outras em todo o estado.
Desde que o projeto foi anunciado, em 23 de setembro, estudantes e professores começaram mobilizações nas escolas e nas ruas, movimento que vem crescendo e levou a Defensoria Pública e o Ministério Público a exigirem esclarecimentos do governador e de seu secretário de Educação, Herman Voorwald. Os órgãos dependem de um fato concreto – a implementação da medida – para entrarem com ação civil pública.
Deputados de oposição ao governo que compõem a Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, entre eles João Paulo Rillo (PT), estão realizando audiências públicas pelo interior, como Campinas e Sorocaba. A da capital será realizada no próximo dia 27, às 14 h, no Legislativo paulista.
De acordo com Rillo, já foi protocolado requerimento para convocar o secretário Herman Voorwald.
O estudante Vitor Cerqueira Santana, 16 anos, aluno do 1º colegial da Escola Estadual Padre Saboia, na Chácara Santo Antonio, mora na comunidade Real Parque. Pega duas conduções para ir à escola e outra duas para voltar. Com o fechamento do Saboia, terá de ir estudar numa escola que nem sabe onde fica, na Vila Cordeiro. "Montamos páginas e grupos nas redes sociais para organizar nossa mobilização. Sexta-feira tem outro ato na Paulista", diz. "No Saboia, a maioria dos alunos mora no real Parque".
Em sua crítica ao projeto do governador, o deputado Carlos Giannazi (Psol) destacou o caráter econômico – e não pedagógico – da medida. "Essa 'reestruturação' nem sequer consta do Plano Estadual de Educação do governo que tramita na Assembleia. Imposta às pressas, sem ouvir ninguém, resulta do ajuste fiscal do governo, penalizando ainda mais a educação."
Conforme o parlamentar, a atual medida é ainda mais grave do que a primeira, levada a cabo no governo Mário Covas – Alckmin era o vice-governador –, que fechou escolas, demitiu professores e levou à superlotação. Entre as escolas fechadas, segundo ele, há uma atrás do aeroporto de Congonhas, na capital, que deu lugar a uma companhia da Polícia Militar. "De tão mal-sucedida que foi essa 'reorganização' é que a população está assim mobilizada, surpreendendo o governo."

Nenhum comentário:

Postar um comentário