domingo, 30 de novembro de 2014

" Lula: Veja foi o melhor panfleto da campanha do Aécio "

Publicado em 30/11/2014

“Lula: Veja foi o melhor panfleto
da campanha do Aécio”

Trabalhador nao subia em palanque. Ser candidato, jamais !

Democracia? Isso aqui é uma plutocracia!

Publicado em 30/11/2014
Conversa Afiada - Paulo Henrique Amorim

Democracia?
Isso aqui é uma plutocracia!

Ainda bem que o Supemo decidiu por 6 a 1 proibir grana das empresas em campanhas (quá, quá, quá !)​


Na Fel-lha:

GABRIELA TERENZI e RAYANNE AZEVEDO DE SÃO PAULO


A campanha eleitoral deste ano, a mais cara da história da democracia brasileira, teve um custo total de quase R$ 5 bilhões, dos quais 60% foram gastos por candidatos de apenas três partidos.


As candidaturas do PT, PSDB e PMDB totalizaram despesas de R$ 2,9 bilhões, que se concentraram sobretudo em serviços de publicidade e produção de materiais impressos e dos programas do horário eleitoral.


A conclusão é de levantamento da Folha com base nas prestações finais de contas fornecidas pelas campanhas eleitorais ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).


A análise considerou as despesas de todos os candidatos, diretórios e comitês, tanto vencedores como derrotados, que concorreram para todos os cargos que tiveram disputa neste ano.


Com o valor total gasto na campanha, de R$ 4,92 bilhões, seria possível construir cerca de 76 mil moradias populares do programa Minha Casa, Minha Vida e quase quatro estádios similares ao Itaquerão, na zona leste da capital paulista


Navalha
O PT e o PSDB gastaram R$ 1 bilhão, cada.
O PMDB, R$ 800 milhões.
Os maiores financiadores foram:
- JBS, da Friboi, R$ 400 milhões;
- Odebrecht, R$ 111 milhões;
- Bradesco, R$ 100 milhões;
- Andrade Gutierrez, R$ 86 milhões;
- – OAS, R$ 80 milhões;
- Vale, R$ 78 milhões;
- e Queiroz Galvão, R$ 75 milhões.
Democracia ?
Isso aqui é uma plutocracia, o regime dos ricos.
Onde, segundo o Piketty, eles não pagam imposto, e usam o dinheiro para “adoçar” os políticos (que não lhes cobram imposto) …
(O que faz de errado a Friboi para gastar tanto dinheiro em eleição, se o Junior não foi, sequer, candidato a governador de Goiás ?)
O Brasil vai acabar como os Estados Unidos – em que os ricos controlam a eleição, com voto distrital e facultativo.
É isso o que eles querem.
Por isso, a Supremo, apesar dos 6 a 1, não consegue impedir ao financiamento de empresas às campanhas .
O que a Friboi terá em Mato Grosso ?, amigo navegante ?
Será que ela manda no mercado de Mato Grosso ?
Ou ela estimula a livre concorrência ?

Paulo Henrique Amorim

COMENTÁRIOS

sábado, 29 de novembro de 2014

Uma visita pelo 'Brasil que queremos'

Uma visita pelo 'Brasil que queremos'
Adital

Representantes do Grupo Emaús, que reúne, desde 1974, teólogos, intelectuais de diversas disciplinas e assessores de movimentos e comunidades de base nas Igrejas e na sociedade, apresentaram à Presidenta Dilma Rousseff, nesta quarta-feira, 26 de novembro, alguns pontos cruciais que merecem a atenção de seu governo. Não são questões desconhecidas, como por exemplo, o clamor geral por uma profunda e ampla reforma política, sustentabilidade ecológica e proteção do meio ambiente, coragem para a auditoria da dívida pública como manda a constituição em dispositivo especial, reforço do modelo econômico que mantenha o foco nos mais vulneráveis, determinação no cumprimento dos direitos indígenas e quilombolas, reforma fundiária agrária e urbana, restrição de agrotóxicos, democratização da comunicação, garantia de recursos para saúde e educação. O grupo insistiu na necessidade do diálogo com a sociedade como a Presidenta afirmou em seu discurso pós-eleição, especialmente com os movimentos sociais populares, que tem mais dificuldade de serem atendidos. O diálogo torna a sociedade cooperativa e por ele se encontra mais adequadamente a operacionalização das metas. A própria Presidenta lembrou o Papa Francisco: "Nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos”. O encontro se revestiu também da informalidade de memórias, de livros e de notícias – com promessa de reencontro.

Imagem: Da esquerda para a direita: Frei Luiz Carlos Susin, Leonardo Boff, Márcia Miranda, Presidenta Dilma, Maria Helena Arrochellas, Rosileny Schwantes, Frei Betto

Estimada Presidenta Dilma Rousseff,
Nós, participantes do Grupo Emaús abaixo relacionados, queremos parabenizá-la por seu esforço e desempenho durante a árdua campanha eleitoral, bem como pelas conquistas de seu primeiro mandato. Somos um grupo de teólogos/as de várias Igrejas cristãs, sociólogos/as, educadores/as e militantes que nos encontramos regularmente há quatro décadas. Estamos todos comprometidos na construção de um Brasil, social e economicamente mais justo, solidário e sustentável.
A maioria batalhou, desde o início, em favor do PT e de seu projeto de sociedade. Nessas eleições de 2014, muitos de nós expressamos publicamente nosso apoio à sua candidatura. Discutimos e polemizamos, pois, percebíamos o risco de que o projeto popular do PT, representado pela Senhora, não pudesse se reafirmar e consolidar. Para nós cristãos, especialmente nas milhares de comunidades de base, tínhamos e temos a convicção de que a participação política, de cunho democrático, popular e libertador, se apresenta como um instrumento para realizar os bens do Reino de Deus.
Esses valores são a centralidade dos pobres, a conquista da justiça social, a mútua ajuda, a busca incansável da dignidade e dos direitos dos oprimidos, a valorização do trabalhador e da trabalhadora, a justa partilha e o respeito pela Mãe Terra. Por isso, na linha do diálogo que a Senhora propôs à sociedade, queremos apresentar algumas sugestões para que seu governo continue implementando o projeto que tanto beneficia a sociedade brasileira, especialmente os mais vulneráveis.
O BRASIL QUE QUEREMOS
Estas são as grandes opções que, acreditamos, devem estar presentes na construção do Brasil que queremos:
PROMOVER UMA REFORMA DO SISTEMA POLÍTICO. Uma reforma que acabe com o financiamento de campanhas eleitorais e partidos políticos por empresas privadas, e estabeleça o financiamento público. Uma reforma que possibilite a participação dos cidadãos e cidadãs no processo de tomada de decisões:
- sobre a política econômica;
- sobre todo e qualquer projeto que tenha forte impacto social e ambiental;
- sobre a privatização de empresas estatais e de serviços públicos.
Uma reforma que contemple também a democratização do Poder Judiciário, pois ele é, hoje, o menos controlado dos três poderes.
Só assim poderemos dizer que caminhamos para uma democracia política, econômica, social e cultural, num diálogo efetivo entre membros da sociedade política e da sociedade civil, que signifique governo do povo, pelo povo, para o povo.
REFORÇAR UM MODELO ECONÔMICO MAIS SOCIAL E POPULAR. Repensar criteriosamente a privatização de serviços públicos e de nossas riquezas naturais (entre as quais o petróleo). Orientar um modelo econômico centrado nas pessoas, na realização de seus direitos e numa relação harmoniosa com a natureza, no "bem viver" – como condição para enfrentar a grave crise ecológica na qual estamos imersos. Deve ficar claro para todos, assim o desejamos, que o governo Dilma governa todo o País, mas privilegiando os pobres e aqueles que não são capazes se manter por sua própria conta.
REALIZAR UMA AUDITORIA DA DÍVIDA PÚBLICA, externa e interna, conforme exigência de nossa Constituição (Constituição Federal, Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, art. 26, 1988).
Precisamos saber a quem deve e quanto deve realmente o Brasil, e de que forma foi feita esta dívida. A única auditoria que o Brasil fez, em 1931, constatou que 60% da dívida eram irregular, legalmente inexistentes. Em 2000, tivemos um Plebiscito Popular sobre a Dívida Externa, do qual participaram 6 milhões de pessoas, e 95% votaram pela realização da auditoria da dívida. O Equador realizou uma auditoria da dívida pública em 2009, e descobriu que 70% da dívida eram irregulares. A partir de então, passou a pagar apenas 30%, o restante foi investido em saúde e educação.
REAVALIAR OS MEGAPROJETOS À LUZ DE CRITÉRIOS ECOLÓGICO-AMBIENTAIS E SOCIAIS para que não ameacem o meio ambiente e o habitat de povos indígenas, quilombolas e populações ribeirinhas. Investir nas energias renováveis, especialmente na energia solar – visto que somos um dos países mais ensolarados do mundo. Estabelecer uma estratégia para o gradual fim da utilização de fontes de energia prejudiciais ao meio ambiente e perigosas à vida, como a energia nuclear e as termelétricas.
PROTEGER O MEIO AMBIENTE: Há anos, cientistas, movimentos sociais, entidades ambientalistas e muitas ONGs vêm advertindo para os sérios problemas climáticos que o Brasil teria se mantiver o tipo de desenvolvimento predatório implementado até agora. O que era uma previsão está ocorrendo diante de nós: a crise mais séria de falta de água de que já ouvimos falar, com riscos evidentes para a população, e a ocorrência de chuvas torrenciais, verdadeiras tempestades, em diferentes lugares do País, que causam destruição e mortes.
A desconsideração para com a Amazônia e o Cerrado, com a continuidade do desmatamento - mesmo que o ritmo do desmatamento tenha diminuído -, é o principal fator para as chuvas desmedidas no Norte e a seca no Sudeste. O Brasil precisa assumir a meta do "desmatamento zero".
A falta d’água é fruto de vários fatores, entre os quais a desatenção para com as condições de vitalidade dos nossos rios, a realização de megaprojetos, a destruição das matas ciliares, a poluição das águas e a ausência de infraestrutura sanitária e tratamento de esgotos. O Brasil tem uma situação privilegiada no mundo: 13,8% da água doce estão aqui. O maior aquífero, o Alter do Chão, se encontra em nosso País. E, no entanto, vários de nossos rios estão secando, e começa a faltar água em muitos lugares. A segunda maior reserva subterrânea de água doce do mundo, o aquífero Guarani, vem sendo contaminado pela infiltração de agrotóxicos. Vemos como urgente uma política que privilegie uma mudança da nossa matriz energética em direção a energias mais limpas (solar e eólica), com menor impacto ambiental (grandes hidrelétricas) ou agravamento da contaminação ambiental e do aquecimento global (térmicas a carvão, petróleo e gás).
DEFENDER OS DIREITOS DE POVOS INDÍGENAS E QUILOMBOLAS: Os primeiros habitantes desta terra foram os povos indígenas. Quando os portugueses aqui chegaram, calcula-se que havia cerca de cinco milhões, repartidos em mais de 600 povos, com suas diferentes culturas e línguas. A colonização provocou um verdadeiro genocídio: povos inteiros desapareceram, restando, hoje, menos de um milhão e pessoas. Muitos deles não têm mais terra onde morar - eles que eram os donos milenares destas terras - e estão sendo dizimados, como é o caso dos Guarani-Kaiowá. Outros estão perdendo suas terras e, sobretudo, seus rios, para megaprojetos, para o agronegócio, para mineradoras. O mesmo acontece com comunidades quilombolas.
É urgente garantir os direitos constitucionais desses povos, restabelecer suas condições de vida, fazendo florescer toda a riqueza de sermos um País pluriétnico, pluricultural e plurilinguístico, se é que queremos chamar a nossa sociedade de civilização: uma civilização que não faz respeitar os direitos humanos não tem direito a este nome.
REALIZAR A REFORMA AGRÁRIA. Esta é uma reivindicação dos trabalhadores rurais que data da primeira metade do século XX, e que foi um dos motivos para o golpe militar de 1964. A ditadura impediu a reforma agrária, mas os governos posteriores também não a realizaram.
É uma reforma estrutural necessária para acabar com a concentração da propriedade da terra - onde 1% dos proprietários detém quase metade da terra -, para democratizar o seu acesso, fazendo com que a terra se destine a quem nela queira trabalhar e produzir alimentos para a população. E garantir condições favoráveis para as pessoas poderem se manter no campo.
PROMOVER A REFORMA URBANA, para democratizar o direito à cidade. Que as cidades sejam feitas para as pessoas e não para os automóveis; investir no transporte público de qualidade, priorizar o uso dos trilhos (metrô, trens), reduzir o tempo de deslocamento entre casa e trabalho. No que diz respeito à habitação, conter a especulação imobiliária e garantir que todos tenham condições de morar dignamente, com pleno acesso aos serviços públicos.
RESTRINGIR TRANSGÊNICOS E AGROTÓXICOS. Até há alguns anos, havia dúvidas sobre se os transgênicos faziam mal à saúde. Este ano, um manifesto de 815 cientistas de todo o mundo alertou os governos de que os transgênicos representam um perigo e que se deveriam estabelecer uma moratória de cinco anos sem transgênicos, até que pesquisas independentes comprovem que fazem bem ao ser humano. É urgente uma política para reduzir, controlar e acabar com este tipo de plantio que está prejudicando a geração atual, mas prejudicará, ainda mais, as gerações futuras. E pior que isso, permite o controle de nossa agricultura por grandes multinacionais desta área, cujo único interesse são os lucros cada vez maiores, pondo em risco nossa soberania alimentar.
O mesmo se pode dizer sobre o uso de agrotóxicos: nós somos o maior consumidor de agrotóxicos em nível mundial. Nos países desenvolvidos, vários dos agrotóxicos que aqui ainda são usados foram proibidos há mais de 20 anos. Como chamou nossa atenção o cineasta Sílvio Tendler, "o veneno está na mesa". É absolutamente fundamental estabelecer uma política de estrito controle sobre as substâncias que entram nos nossos alimentos, e reduzir sistematicamente o seu uso.
REFORMA TRIBUTÁRIA. Reformar o nosso sistema tributário para que ele seja progressivo, isto é, para que pague mais quem ganha mais, e pague menos (ou nada) quem ganha menos, o que implica que o imposto sobre a renda tenha mais peso que o imposto sobre o consumo.
Introduzir o imposto sobre as grandes fortunas, de modo a reduzir a enorme desigualdade social que caracteriza nosso País. Aumentar o imposto sobre a propriedade territorial rural, para acabar com o privilégio dos latifundiários. Introduzir a taxação sobre o capital financeiro (bancos e investimentos): "taxa sobre transações financeiras" (a famosa Taxa Tobin). Esta reforma é fundamental para reverter o atual sistema tributário, gerador de desigualdade.
POLÍTICA DE SEGURANÇA PÚBLICA. Precisamos, urgentemente, de uma nova política de segurança pública e de reforma de nosso sistema prisional, para que se torne regenerativo e não apenas punitivo. Estão encarcerados/as, hoje, no Brasil, cerca de 550 mil presos/as. A maior parte destes/as se encontram ali por crimes contra o patrimônio ou por tráfico de drogas, não por crimes letais. No Brasil, ocorrem cerca de 50 mil homicídios dolosos por ano. A maioria das vítimas é jovem, pobre, negra, e do sexo masculino. Este genocídio precisa acabar, e temos meios para isso. Que a segurança pública seja exercida para proteger a vida e os direitos dos cidadãos, e não apenas a propriedade.
DEMOCRATIZAR OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO. É necessária uma legislação que torne a liberdade de informação e de expressão uma realidade para todos os brasileiros (e não apenas para a elite que controla a grande mídia), e que abra o espectro da comunicação, quebrando o atual oligopólio - que favorece unicamente a um pequeno grupo de grandes proprietários, em detrimento dos direitos da maioria.
UNIVERSALIZAR OS DIREITOS HUMANOS, políticos, civis, econômicos, sociais, culturais e ambientais, com respeito à diversidade. Garantir um sistema de saúde pública de qualidade, assim como de educação, transporte, saneamento básico. Que se combata, com todo o rigor, a violência policial, o emprego da tortura contra presos comuns e a situação degradante dos presídios superlotados.
VALORIZAR O TRABALHADOR E A TRABALHADORA: Garantir trabalho para todos/as. Trabalho digno e não precarizado. Redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução dos salários, como repartição dos abusivos ganhos de produtividade do capital. Reaparelhamento do aparato fiscalizador do Ministério do Trabalho. Combate à terceirização.
O CONTROLE SOCIAL DA GESTÃO PÚBLICA, para garantir um serviço público voltado para os interesses dos cidadãos. É fundamental que estes possam exercer o controle da atividade parlamentar, assim como o controle dos governos (municipais, estaduais, federal). Reapresentar o projeto de Participação Social. Criar Observatórios de Controle Social (OCS) em todos os municípios brasileiros, formados por representantes da sociedade civil.
A ÉTICA NA POLÍTICA E DA POLÍTICA. O comportamento ético é essencial para a vida do cidadão e, especialmente, para aquele/a que pretende se dedicar ao serviço da sociedade, do bem comum, ao serviço público. Nenhuma política baseada na corrupção levará a uma sociedade justa, democrática, solidária e equitativa. Uma outra política é possível, com punições exemplares e reforma de nossas instituições, de modo a coibir a impunidade.
Aproveitamos para afirmar que nos empenharemos em colaborar, através dos meios de que dispomos, para que essas sugestões se tornem possíveis e façam avançar o projeto de sociedade que todos almejamos.
Desejamos sucesso em sua nova gestão, invocamos sobre a Senhora a lucidez e coragem do Espírito Criador e, sobre seu governo, todas as bênçãos divinas de luz, paz e amor solidário.
Seus irmãos e irmãs
AFONSO MURAD Teólogo, ambientalista e assessor da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB). (MG)
ALESSANDRO MOLON - Advogado e Deputado Federal. (RJ)
ANDRÉA RODRIGUES MARQUES GUIMARÃES - Doutora em Ecologia, Conservação e Manejo da Vida Silvestre MG-4 348 699. (MG)
ANTONIO CECCHIN – Irmão Marista. Advogado. Fundador da Comissão Pastoral da Terra – RS. Militante dos movimentos Sociais, Pioneiro da luta e organização dos catadores no Brasil. Assessor do Movimento Nacional dos Catadores de Material Reciclável de Porto Alegre. 6000123148 RS.
BENEDITO FERRARO – Teólogo. Professor de Teologia PUC – Campinas
RG 3568777-0. (SP)
CARLOS MESTERS – Biblista. Membro fundador do Centro de Estudos Bíblicos/CEBI. (MG)
CLÁUDIO DE OLIVEIRA RIBEIRO - Pastor Metodista. Professor Universitário. RG 04794811-1. (SP)
EDSON FERNANDO DE ALMEIDA – Teólogo. Pastor da Igreja Cristã de Ipanema. Coordenador do "Compassio: teologia arejada, pastoral comprometida”.
RG 112625819. (RJ)
EDWARD NEVES MONTEIRO DE BARROS GUIMARÃES – Teólogo. Membro da Sociedade de Teologia e Estudos da Religião (SOTER). Professor de Cultura Religiosa e Filosofia na PUC Minas. Coordenador do Curso de Especialização em Teologia do Centro Loyola. RG M-4 997 414 (MG)
EKKE BINGEMER - Profissional Independente de Administração de Serviços. (RJ)
FRANCISCO DE AQUINO PAULINO JUNIOR – Teólogo. Presbítero da diocese de Limoeiro do Norte – CE. Professor da Faculdade Católica de Fortaleza e Universidade Católica de Pernambuco. Assessor de Pastorais Sociais.
RG: 2008858604-3 (CE)
FREI BETTO – Jornalista. Escritor. Assessor de Movimentos Sociais. RG 14214910 SSP-MG (SP)
FREI SINIVALDO SILVA TAVARES – Teólogo. Professor de Teologia Sistemática na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE) e no Instituto Santo Tomás de Aquino (ISTA). M 2327250 SSP/MG (MG)
JETHER RAMALHO – Sociólogo. Membro da Igreja Cristã de Ipanema. Membro fundador do Centro de Estudos Bíblicos/CEBI e do Conselho Editorial do Boletim REDE. (RJ)
JOSE OSCAR BEOZZO – Historiador. Teólogo. Coordenador Geral do Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular – CESEEP (SP). Professor Universitário. RG 2.769.363-6 SSP-SP (SP)
LEONARDO BOFF – Teólogo. Filósofo. Escritor. Membro da Comissão Internacional da Carta da Terra. Autor de Ecologia: grito da Terra, grito dos pobres, Vozes 2014. RG (Genésio Darci Boff): 02 773 327-8 Detran (RJ)
LÚCIA RIBEIRO – Socióloga. Membro do Iser – Assessoria. Membro do Centro Alceu Amoroso Lima. RG 055068274 IFP/RJ. (RJ)
LUCILIA RAMALHO – Vice-Presidente do Centro de Recreação Infantil (CRI) da Igreja Cristã de Ipanema. (RJ)
LUIZ ALBERTO GÓMEZ DE SOUZA – Sociólogo. Diretor do Programa de Estudos Avançados em Ciência e Religião da Universidade Candido Mendes. Membro do Centro Alceu Amoroso Lima. RG 04488154591 IFP/RJ. (RJ)
LUIZ CARLOS SUSIN – Teólogo. Professor do Programa de Pós-Graduação e de Filosofia da PUC/RS na cadeira de Ética Ambiental. Secretário Geral do Fórum Mundial de Teologia e Libertação. Membro do Comitê de Redação da Revista Internacional de Teologia Concilium. RG 1003162623. (RS)
LUIZ EDUARDO W. WANDERLEY – Sociólogo. Professor da PUC-SP. Membro da Diretoria do CEESEP e da Ação Educativa. (SP)
MAGALI CUNHA – Jornalista. Docente do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Universidade Metodista de São Paulo. Editora do Blog Mídia, Religião e Política. RG 05477006-0 (IFP/RJ). (SP)
MANFREDO ARAÚJO DE OLIVEIRA – Filósofo. Professor Titular da Universidade Federal do Ceará. RG 99010318053. (CE)
MARCELO BARROS – Teólogo. Escritor. Coordenador latino-americano da Associação Ecumênica de Teólogos/as do Terceiro Mundo (ASETT). RG 4242073 - SSP - GO. (PE).
MARCIA MARIA MONTEIRO DE MIRANDA - Educadora popular. Membro do Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Petrópolis e do Centro Nacional dos Direitos Humanos de Brasília. 11.878.008-9 – Detran. (RJ)
MARIANGELA BELFIORE WANDERLEY - Assistente Social. Docente da PUC/SP. Professora do Programa de Estudos Pós-Graduados em Serviço Social da PUC-SP. Pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Movimentos Sociais da PUC-SP Membro do Grupo Nutrição e Pobreza do Instituto de Estudos Avançados – IEA da USP. (SP)
MARIA CLARA LUCCHETTI BINGEMER – Teóloga. Articulista do Jornal do Brasil. Professora da PUC/RJ. Membro do Comitê de Redação da Revista Internacional de Teologia Concilium. (RJ)
MARIA HELENA ARROCHELLAS – Teóloga. Diretora do Centro Alceu Amoroso Lima para a Liberdade/CAALL. RG 121.534.700-5. (RJ)
MARIA TEREZA BUSTAMANTE TEIXEIRA – Médica sanitarista. Professora Associada da UFJF. Pesquisadora do Instituto Nacional de Câncer lotada na UFJF. Coordenadora do Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva. Coordenadora adjunta do NATES/UFJF. Editora Geral da Revista de APS. (MG)
MARIA TEREZA SARTORIO – Pedagoga. Educadora Popular. Membro da Coordenação Nacional do Movimento Fé e Política. RG MG 18292550. (ES)
OLINTO PEGORARO – Filósofo. Professor Titular de Ética da UERJ. Trabalha com Movimentos Sociais na Comunidade do Borel. (RJ)
ROSEMARY FERNANDES DA COSTA – Educadora. Teóloga. Membro da SOTER. Assessora da CNBB. Professora da PUC Rio, Teresiano CAP/PUC e Secretaria de Educação do RJ. RG 3 750 717-5 - DETRAN - RJ (RJ)
ROSILENY SCHWANTES - Cientista da Religião. Psicóloga. Professora da Universidade Nove de Julho. RG 38 910 786 4. (SP)
TEREZA MARIA POMPEIA CAVALCANTI – Teóloga. Assessora de CEBs. Professora na PUC-RJ (RJ)
Corrêas (RJ), 09 de novembro de 2014.


Piketty: Dilma deveria taxar mais os ricos

Publicado em 29/11/2014
Conversa Afiada - Paulo Henrique Amorim

Piketty: Dilma deveria
taxar mais os ricos

“É justo votar na Dilma porque recebe o Bolsa Familia”

Conversa Afiada já notou o sutil recado do Piketty ao Joaquim Levy.

Agora, reproduz formidável entrevista de Piketty ao DCM http://www.diariodocentrodomundo.com.br/e-justo-alguem-votar-em-dilma-porque-recebe-o-bolsa-familia-thomas-piketty-fala-ao-dcm/

Outra vez, trata-se de um recado dirigido à nova gestão da Economia.

Sim, porque  gerir a Economia é facil. (Clique aqui para ler sobre quem elegeu a Dilma, segundo a Dilma ) 

Quero ver o Ministro das Comunicações e como, Republicanamente, ela vai preencher seis vagas no Supremo.

“É JUSTO ALGUÉM VOTAR EM DILMA PORQUE RECEBE O BOLSA FAMÍLIA”: THOMAS PIKETTY FALA AO DCM




Thomas Piketty fala inglês com um sotaque francês carregado. Bem humorado, o tom de leveza contrasta com os assuntos que aborda hoje e que estão bagunçando o mundo da macroeconomia, das finanças públicas, da política e das ciências sociais.

O economista lançou em agosto de 2013 “O Capital no Século XXI”, que começou a fazer barulho nos Estados Unidos em abril deste ano e agora chega ao Brasil.

O livro aborda o aumento da concentração de renda em muitos países, o que agrava a situação das desigualdades sociais. Piketty quer alertar, com sua análise, sobre a possibilidade de formação de oligopólios econômicos que existiam há 200 anos em nossos tempos, fortalecidos por uma falta de taxação de grandes fortunas.

O DCM conversou com Piketty um dia depois de sua palestra na FEA-USP. Falamos sobre impostos para os mais ricos, a simpatia do economista por governos de esquerda, as falhas do estado de bem-estar social, as impressões sobre a economia e a política brasileira e também sobre o governo Dilma.


Você disse que Karl Marx é maior do que Jesus Cristo. Acha mesmo isso ou era brincadeira?

Eu disse isso (risos)? Acho que foi de brincadeira, para responder às perguntas. Temos inúmeros economistas inspiradores, incluindo Marx. Mas eu prefiro, sinceramente, não fazer um ranking deles.

Você disse que a última reforma tributária no Brasil foi em 1960. Nós, brasileiros, estamos muito lentos para cuidar de nossos impostos contra a desigualdade social?


Disse que a última grande alteração no Imposto de Renda brasileiro foi em 1960, mas ocorreram algumas mudanças tributárias desde então. Mas é verdade que vocês precisam de uma reforma ampla nos impostos pelo menos há 15 anos. Adaptações tributárias com taxas progressivas e proporcionais podem ser boas para a realidade de hoje, de um novo século.


Nos anos de Lula e Dilma, não foram realizadas mudanças neste sentido. Eu acho que isso prossegue como uma mudança importante e necessária ao Brasil. O sistema tributário brasileiro não é nada progressista, possui muita taxação indireta que poderia se converter em impostos diretos adequados às rendas. Vocês também têm uma taxação muito pequena na tributação sobre heranças e propriedades. Para fazer isso, uma reforma nos impostos é uma necessidade.


Qual é a sua opinião da economia sob os governos do PT?

Eu acho que o Partido dos Trabalhadores fez um ótimo governo do ponto de vista social, mas poderia fazer mais. E sinceramente não entendo o pessimismo econômico de algumas pessoas com mais um governo de Dilma. Criticam os eleitores mais pobres por terem votado após receber benefícios estatais. Eu acho justo votar em Dilma Rousseff por receber o Bolsa Família e não vejo, sinceramente, nenhum problema nisso, assim como outras pessoas preferem outros candidatos. Mas parece algo das pessoas aqui de São Paulo, enquanto outras regiões, como o norte e o nordeste, pensam de maneira diferente.


O que um segundo mandato de Dilma Rousseff pode fazer de diferente?

Pode fazer uma reforma tributária com impostos progressivos, taxando os mais ricos. O governo também pode buscar uma transparência maior do ponto de vista da renda e da distribuição de riqueza. É uma boa maneira de responder à onda de críticas sobre corrupção e falta de informações. Tenho uma simpatia pelo PT, mas ele pode trabalhar de uma maneira melhor.


Existe um preconceito sobre os impostos para os mais ricos? Os integrantes do chamado 1% do extrato social utilizam a grande mídia para impor sua opinião internacionalmente?

Sim, isso existe e é um problema. Quando você tem uma porção de desigualdades, eles [os ricos] utilizam sua influência através da mídia, principalmente através dos veículos financiados de forma privada, que são guiados pelo dinheiro, e isso se tornou grande sobretudo nos Estados Unidos. No entanto, mesmo com isso, acredito que as forças democráticas se tornaram mais fortes e é um fato que, dentro da história da desigualdade, a taxação descrita pelo meu livro provocará um embate de movimentos de massa pacíficos para o futuro.


Você tem mais simpatia por governos à esquerda?

Depende. Depende de qual tipo de esquerda e de qual tipo de direita.


Me dê um exemplo da França, sua terra natal.

Na França nós temos uma direita que está se tornando extrema, e está ganhando espaço. Disso eu não gosto. O ex-presidente [Nicolas] Sarkozy está muito próximo de [Marine] Le Pen e eles estão querendo prejudicar os direitos de trabalhadores. Por outro lado, uma esquerda stalinista não é interessante. Para mim não é uma guerra entre dois lados, porque isso muda a cada país e a cada período de tempo.


Considerando a situação europeia, qual sua opinião sobre o capitalismo da Escandinávia, com forte presença do governo e forte investimento em educação? Isso pode inspirar o Brasil ou nós precisamos de um modelo econômico próprio?

Acho que não é possível apenas pegar a Escandinávia e levar a um país tão diferente quanto o Brasil. Há coisas a aprender com as nações nórdicas, como Finlândia, Suécia e outras da mesma região. Se você compara países europeus diferentes, os mais desenvolvidos e competitivos possuem altas taxas de impostos. Suécia e Dinamarca possuem 50% da renda de seus PIBs com coleta de impostos. Enquanto isso, os países mais pobres da Europa, como Bulgária e Romênia têm apenas 20% do PIB comprometido com tributos.


Quando as pessoas me falam que deveríamos ter impostos menores para nos tornarmos mais ricos, penso que a Bulgária e a Romênia deveriam ser mais ricas do que a Suécia. Os impostos podem ser bons se você investí-los bem, no uso de serviços públicos eficientes e em infraestrutura.


Há muito o que aprender com essa experiência dos escandinavos, especialmente se você tem um governo eficiente. Um Estado maior é bom se ele for efetivo. A França poderia aprender muito com isso, porque ainda somos muito desorganizados em nossos gastos públicos. No entanto, a Dinamarca e a Suécia possuem um modelo difícil de se adaptar em um capitalismo financeiro global, pois se tratam de países menores. Se você quer combater uma crise econômica mundial, não é suficiente utilizar apenas o modelo escandinavo.


Governos federativos grandes como os Estados Unidos e o Brasil, com milhões de pessoas, possuem um sistema financeiro e bancário mais complexo, difícil de ser regulado como é na Dinamarca. Isso funciona para 10 milhões de população, mas para 200 milhões de brasileiros o trabalho é mais difícil.


Estamos tentando fazer isso na Zona do Euro, mas não obtivemos resultados satisfatórios até o momento. Para conquistar o progresso, precisamos criar mais organizações democráticas e representativas transnacionalmente e de forma política. Como temos barreiras físicas e linguísticas, existe um grande desafio à frente. Estamos tentando criar novos modelos. E acho que todo mundo deveria estar criando novos modelos.


Você acredita que economistas da esquerda ganharam força com a crise mundial de 2008?

Eu acho que é mais complicado do que isso. Em alguns aspectos, a crise gerou questionamentos sobre a regulação do mercado financeiro, que é um argumento de esquerda. Mas, em outros, o papel do governo foi posto em dúvida pela direita na Europa com o aumento das dívidas públicas. Foi de fato uma crise muito diferente de 1929, com efeitos diferentes. Acredito que a reação dos governos em 2008 foi mais rápida, porque no passado eles eram menores.


O Brasil, que tem uma força estatal maior, se saiu bem, comparado com anos anteriores da chamada “Grande Depressão”. Mesmo assim, é mais complicado regular o mercado hoje e isso não significa necessariamente aumentar o tamanho do governo. É mais efetivo mudar o sistema de taxação, reduzir os impostos para algumas pessoas e aumentar para outras que possam pagá-los. A transparência governamental é fundamental no processo, sem necessariamente aumentar a arrecadação. Por todos esses motivos, hoje a situação é mais complexa.


É por essa situação complicada que existe uma grande crítica ao estado de bem-estar social europeu?

Sim, e num certo aspecto eu acho justo criticar o tamanho do governo nos países europeus. Quando você tem cerca de 15% até 20% da receita do PIB, você precisa se perguntar sobre como utilizar esses recursos de uma maneira mais eficiente. Como eu posso reformar os impostos para torná-lo simples e transparente? Isso é totalmente legitimo e pode ser usado para melhorar o bem-estar social sem desmontá-lo.


O governo precisa se tornar funcional, sobretudo para servir bem à sociedade. E a esquerda não precisa ser tão defensiva neste aspecto, porque reformar o Estado não significa diminuí-lo. A esquerda europeia tende a achar que as críticas querem acabar com o governo. Algumas pessoas de fato querem se desfazer do Estado, mas a reforma dos impostos pode ser adaptativa.