segunda-feira, 5 de maio de 2014

Dom Tomás Balduíno: Bispo da Reforma Agrária e dos Indígenas: 1922-2014

Hoje, o Brasil perdeu um de seus maiores defensores da justiça social e dos direitos dos oprimidos. Aos 91 anos, Dom Tomás Balduino nos deixou. Sua vida foi dedicada à construção de um Brasil mais justo e igualitário. A coragem de Dom Tomás sempre nos impressionou. Mesmo no auge da ditadura militar, em 1972, ele ajudou a fundar o Conselho Indigenista Missionário e, em 1975, foi um dos principais articuladores da Comissão Pastoral da Terra. Os passos e exemplos de Dom Tomás Balduino precisam ser seguidos por todos aqueles que lutam por um Brasil mais justo.

O MST homenageou Dom Tomás em versos. Compartilho aqui com vocês o poema:

Calou-se uma voz dos oprimidos
Pedro Tierra

Calou-se a voz de Tomás Balduino,
nessa noite de 2 de maio.
Uma voz que nunca quis ser sozinha,
sabia, desde os anos de chumbo:
uma voz solitária não suspende a manhã.
Quis ser uma voz entre vozes,
ergueu sua voz dentro do vasto coro dos oprimidos:
os índios, os posseiros, os lavradores,
os retirantes da seca e da cerca
e os que se levantam contra elas,
as mulheres, os negros, os migrantes, os peregrinos
para forçar claridades, para ensinar amanhecer.
 
Tomás é palavra.
A palavra que banha como bálsamo.
A palavra que fustiga.
Incendeia.
A palavra que perdoa
mas aponta - sempre - o caminho da Justiça.
E o que somos na vida?
Somos os ossos das palavras
que povoam o caminho de pedra ou flores
que sangram os pés dos nossos filhos.  
 
Tomás é sertão.
O sertão e suas armadilhas.
O sertão e suas infinitas contradições.
Tomás é sertão
onde se dobram os ventos de Goiás e Minas,
onde nascem águas
nessa infinita geografia
que alimenta nossas esperanças.
 
Calou-se a voz de Tomás Balduino.
Permanecerá sua palavra.
Tomás é sertão:
gesto de fé nessa gente que não se dobra.
Hoje, o Brasil perdeu um de seus maiores defensores da justiça social e dos direitos dos oprimidos. Aos 91 anos, Dom Tomás Balduino nos deixou. Sua vida foi ded...icada à construção de um Brasil mais justo e igualitário. A coragem de Dom Tomás sempre nos impressionou. Mesmo no auge da ditadura militar, em 1972, ele ajudou a fundar o Conselho Indigenista Missionário e, em 1975, foi um dos principais articuladores da Comissão Pastoral da Terra. Os passos e exemplos de Dom Tomás Balduino precisam ser seguidos por todos aqueles que lutam por um Brasil mais justo.
O MST homenageou Dom Tomás em versos. Compartilho aqui com vocês o poema:
Calou-se uma voz dos oprimidos
Pedro Tierra
Calou-se a voz de Tomás Balduino,
nessa noite de 2 de maio.
Uma voz que nunca quis ser sozinha,
sabia, desde os anos de chumbo:
uma voz solitária não suspende a manhã.
Quis ser uma voz entre vozes,
ergueu sua voz dentro do vasto coro dos oprimidos:
os índios, os posseiros, os lavradores,
os retirantes da seca e da cerca
e os que se levantam contra elas,
as mulheres, os negros, os migrantes, os peregrinos
para forçar claridades, para ensinar amanhecer.
Tomás é palavra.
A palavra que banha como bálsamo.
A palavra que fustiga.
Incendeia.
A palavra que perdoa
mas aponta - sempre - o caminho da Justiça.
E o que somos na vida?
Somos os ossos das palavras
que povoam o caminho de pedra ou flores
que sangram os pés dos nossos filhos.
Tomás é sertão.
O sertão e suas armadilhas.
O sertão e suas infinitas contradições.
Tomás é sertão
onde se dobram os ventos de Goiás e Minas,
onde nascem águas
nessa infinita geografia
que alimenta nossas esperanças.
Calou-se a voz de Tomás Balduino.
Permanecerá sua palavra.
Tomás é sertão:
gesto de fé nessa gente que não se dobra.
 

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